Por mais tolerância que os pais tenham, há dias em que o comportamento do filho parece insuportável, e eles sentem que podem perder o controle da situação. Essa é uma das razões para se dizer que a agressividade infantil ainda é um tema delicado de ser tratado, porque revela o comportamento e a própria personalidade da criança.
De acordo com a psicóloga Patrícia Spada, pode ser difícil para alguns pais que não têm familiaridade ou intimidade com sua própria agressividade. Quando não há causa física (doença, hospitalização, cirurgia) que a justifique, a agressividade da criança aparece como uma reação aos problemas da família.
Antes de tudo, é importante se questionar também a respeito das dificuldades pelas quais a família está passando, como por exemplo problemas financeiros, separação, mudança de casa ou escola, perda de um ente querido, etc.Isso acaba envolvendo diretamente os pais, pois eles tendem a encarar seus conflitos e os dos filhos como fracasso ou incompetência. "Todos os seres humanos têm um impulso agressivo. A agressividade é um comportamento emocional que faz parte da afetividade das pessoas, e ela começa no berço, quando ainda se é um bebê. Portanto, é algo natural", explica a psicóloga.
Cada ser humano é singular em seu desenvolvimento e as reações e comportamentos são herdadas geneticamente desde o feto. A psicóloga Patrícia aborda um pouco mais do que pode se considerar as causas desse comportamento:
Como identificar?
A especialista diz que as crianças se machucam muito ou que sofrem "acidentes" com freqüência estão revelando um tipo de comportamento de risco. Este comportamento mostra que algo não está indo bem, seja por desconsiderar situações de perigo ou por envolver-se nelas "sem querer".
A violência doméstica é um dos fatores mais determinantes para o desencadeamento de transtornos mentais na criança, uso de drogas, roubo, furto e transtornos alimentares como, por exemplo, a obesidade.
"Os pais devem ficar muito atentos, pois comportamentos agressivos são voltados para a própria criança. Quando é algo mais explícito e que envolve o meio social, é necessário que eles entendam o que está acontecendo com seu filho e o que o faz reagir ou agir de tal forma", ensina a psicóloga.
Outra maneira é pôr limites bem claros, ensinando a criança a colocar-se no lugar de quem foi machucado por ela e, com isso, desenvolver um sentimento de empatia que a faça administrar melhor os seus impulsos agressivos.
Um recado para os pais
Do blog da Professora Rê: "O comportamento agressivo é normal e deve ser vivido pela criança. Na infância, são normais os ataques de agressividade. O que acontece é que algumas crianças persistem em sua conduta agressiva e em sua incapacidade para controlar seu gênio forte, podendo sentir-se frustrados diante do sofrimento e da rejeição dos demais. Segundo as teorias do impulso, a frustração facilita a agressão. O comportamento agressivo da criança é normal e deve ser vivida por ela.O problema é saber controlá-lo. Muitas vezes a criança provoca um adulto para que ele possa intervir por ele e controlar seus impulsos agressivos, já que não pode com tudo isso. Por isso, a criança necessita de um “não faça isso” ou “pare com isso”. As crianças, às vezes pedem um enfrentamento. É como se pedissem emprestado um controle ao seu pai ou mãe. Do mesmo modo que os pais ensinam a caminhar, a falar, a comer, etc., aos seus filhos, devem ensinar a controlar sua agressividade."
Controlar a agressividade da criança
Deve-se ter cuidado somente para que a criança não se converta em um terrorista ou submisso (no sentido de não ter atitudes, nem saber se defender), nem permitir tudo nem devolver sua agressividade com outra agressividade. A teoria da aprendizagem social afirma que as condutas agressivas porem aprender-se por imitação ou observação da conduta de modelos agressivos. É muito importante, por exemplo, que a criança tenha e encontre um bom modelo em seus pais.
As crianças se relacionam com os demais da mesma forma que fazem com seus pais. Se eles mantêm uma relação tranquila com os demais, é assim que a criança se portará diante dos seus amiguinhos. Se a relação é mais conturbada, provavelmente a criança seguirá esse modelo de comportamento.
Fonte: Pais&Filhos
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