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Especialistas dão dicas de como identificar vítimas de pedofilia

Pais devem estar atentos ao comportamento da criança e procurar ajuda especializada

O número de casos de pedofilia tem crescido porque as vítimas e seus familiares estão denunciando mais, de acordo a DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que prendeu nesta quinta-feira (13) o dono de uma creche suspeito de abusar de cinco crianças. A reportagem do R7 ouviu especialistas sobre como reconhecer possíveis vítimas de pedofilia.

Por meio das investigações, policiais da DCAV conseguiram identificar alguns comportamentos de crianças que já foram vítimas de abusos. Um dos casos ocorreu com uma menina de três anos que, toda vez que era pega no colo por um homem, passava a mão no pênis dele. Os pais acharam estranho e procuraram um psicólogo, que descobriu o abuso. A polícia foi acionada.

A psicanalista e psicóloga jurídica Tamara Brockhausen, especialista em reconhecer crianças que sofreram abuso sexual, pondera que são muitos os sintomas que podem se apresentar, mas nem sempre eles significam que o menor foi violentado de fato. Uma das principais características é a mudança brusca de comportamento.

Entre os sinais, estão dificuldade de contato com pessoas do mesmo sexo do abusador – se foi um homem, a criança pode ter medo de se aproximar de pessoas do sexo masculino –; comportamento regressivo – quando ela volta a fazer xixi na cama ou chupar o dedo, por exemplo -; atitude sexualizada excessiva; medo de sair de casa ou da escola; alterações de apetite; raiva e depressão.

A recomendação para os pais que estão desconfiados é procurar imediatamente a ajuda de um psicólogo especialista no assunto. Também ajuda conversar com outras pessoas que convivem com a criança, como as professoras da escola, que podem identificar mudanças de comportamento.A delegacia recomenda que, assim que descobrirem o caso, os pais procurem imediatamente a polícia e o Conselho Tutelar.

Perfil do pedófilo

De acordo com a DCAV, o perfil dos pedófilos, tanto os que distribuem fotos pela internet, como aqueles que praticam sexo com menores, é o mesmo. Normalmente, são pessoas casadas ou solitárias.

Tamara explica que, ao contrário do que muitos podem pensar, o pedófilo não costumar ter um perfil agressivo. Muito pelo contrário. Ele se apresenta como uma pessoa doce, que dá carinho e atenção, conquistando a confiança do violentado. Muitas são pessoas que trabalham diretamente com crianças.

Falsa alegação

São cada vez mais comuns os casos de falsa alegação de abuso sexual e a incidência é ainda maior após o divórcio, alerta Tamara. Muitas vezes, a mãe tem a ilusão de que o filho está sofrendo abuso por parte do pai e pode acabar, mesmo que sem a intenção, levando a criança a desenvolver tais características.

- Às vezes, a mãe surge com uma ansiedade muito grande em relação à criança e pode, sem querer, acabar alterando a percepção dela. A mãe muito preocupada pode fazer a criança produzir a resposta que ela quer.

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